Inovação e sustentabilidade. Esses são dois temas que há alguns anos têm sido caros ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Mas agora ganharam status de prioritários não apenas para garantir aumento de produtividade e economia de custos ao produtor, mas também para garantir a competitividade do agronegócio brasileiro internacionalmente e atender ao cada vez mais exigente perfil de consumidores globais.
Não por acaso, no plano Safra 2020/21 o Ministério acenou com mais linhas de financiamento e facilidades para essas áreas. A expectativa, agora, é que a divulgação do plano Safra 2021/22 traga ainda mais reforços para esses segmentos e a necessidade de ampliação de investimentos.
A agricultura 4.0 vem ganhando capilaridade e também agregando novas tecnologias para permitir informações em tempo real do que acontece nas lavouras. Grandes produtores, inclusive, já se preparam para um novo passo, a Indústria 4.0, que vai integrar dados dos campos, dos centros de controle e das unidades agroindustriais. A evolução nesse aspecto tem sido constante e alimentando um grande ecossistema que trabalha com a inovação aberta.
A sustentabilidade, por sua vez, também está requerendo recursos tecnológicos de TI, nanotecnologia e bioinformática, com a conectividade unindo todas essas pontas. Dentro do que o MAPA classifica como bioeconomia está o crescente mercado de insumos biológicos que no ano passado movimentou cerca de US$ 4 bilhões, mas em dois anos deverá superar US$ 10 bilhões. O interesse dos investidores já está presente e movimentos como fusões, aquisições e parcerias estão em andamento.
Há ainda outra ponta que pode se tornar lucrativa também para investidores que é o crescimento do mercado de créditos de carbono na agricultura, uma das áreas mais bem posicionada para isso. A iniciativa privada já cria seus mercados de créditos de carbono próprios e o governo analisa implantar um mercado nacional para essa área.
Com esse movimento, o agro brasileiro poderá se enquadrar no chamado ESG (Environmental, Social and Governance), critérios que vêm sendo adotados por CEOs no mundo todo para medir a sustentabilidade e o impacto social de um novo investimentos.
Conectividade
No meio de toda essa bioeconomia e economia digital ainda há um obstáculo, apesar de todos os esforços: a conectividade. Para as operadoras de telecomunicações levar a conexão ao campo se tornou uma área estratégica a qual se soma também a oferta de soluções para os produtores. As redes privadas avançam também para garantir mais uma forma de estabelecer um ciclo de monitoramento online das atividades.
Entidades, como o Conectar Agro e outras iniciativas, unem braços para ampliar a conectividade no campo. O próprio MAPA se envolveu nessa área e estabeleceu uma parceria com o Ministério das Comunicações para um projeto para um projeto que pode garantir a cobertura de uma área de 275 mil quilômetros quadrados com 1.210 ERBs (Estações Radio Base), levando em conta um raio médio de cobertura de 8,5 quilômetros cada uma delas.
O valor dessa iniciativa é de aproximadamente R$ 726 milhões e o financiamento prevê a utilização do Fust ( Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações). Em termos populacionais, a proposta é atingir 2,4 milhões de pessoas, incluindo escolas rurais.
Campo Digital
Esses são os temas abordados no primeiro caderno do Relatório Especial Campo Digital, editado pelo Telesintese. O e-book começa a distribuído a partir de hoje a um mailing qualificado. Mas você já pode acessá-lo aqui.
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