A documentação da rede do início ao fim é alicerce fundamental para que o ISP possa escalar e oferecer um serviço que encante o cliente e reduza custos. A avaliação é do CEO da Desktop, Denio Alves Lindo, que participou, nesta quarta-feira, 13, da live do NIC.br sobre gestão de redes de alta performance. Segundo ele, optar por equipamentos de primeira linha em toda a rede também contribui para a simplificação da manutenção preventiva.
Alves ressalta que a Desktop fez diversas aquisições no ano passado e muitas das operações não puderam ainda ser integradas por falta de documentação adequada da rede. Ele afirma que a descrição detalhada da infraestrutura, desde a fibra, fabricante, georreferenciamento, faz a empresa crescer de forma organizada.
O CEO da Unifique, Fabiano Busnardo, defende que, além de uma rede documentada, o ISP precisa dimensionar o investimento para que ele se pague. “Se tiver uma super rede de alta qualidade e não obter a remuneração, eu considero de baixa performance”, disse.
Busnardo também defende que pelo menos 10% do capex da empresa deve ser direcionado para a atualização da rede e entrar como item na formação do preço. Com esse entendimento, a Unifique decidiu, no final de 2020, atualizar sua infraestrutura com a tecnologia XGSPON e hoje dois terços da rede já suporta a nova tecnologia.
O CEO da Unifique ressalta, porém, que uma empresa de tecnologia depende do pilar tecnológico, mas é preciso ter gente capacitada e comprometida para garantir um atendimento de primeira e garantir o crescimento. Busnardo disse que a inflação atual coloca o ISP entre a necessidade de alinhamento de preço ou de escalar para absorver esse aumento de custo.
Desafio
Para José Roberto Nogueira, CEO da Brisanet, o principal desafio na construção de rede é o desenvolvimento técnico. Segundo ele, o DNA dos ISPs é comprar equipamento e ele mesmo instalar, como aconteceu no início da sua operadora, que está próxima a ter 1 milhão de assinantes.
Nogueira afirma que para manter a excelência do atendimento optou por construir mini data centers regionais (hoje já conta com 220 para cerca de 120 cidades que atende) e o WiFi apartado do roteador. “Hoje, o grande desafio é a qualidade da rede na casa do assinante”, disse. Também mantém o atendimento fim a fim, mão de obra própria e 100% da rede orgânica.
Paulo Linné, da BR.Digital, afirma que não adianta ter as melhores tecnologias, pessoas, se não tiver produtos para clientes de diferentes mercados. Por exemplo, um dos serviços oferecidos para o mercado de ISP pela operadora é de fornecer em um único link conexão em todos os PTTs do Brasil, além de peering internacional.
A BR.Digital tem atendimento em todo o Brasil, 400 mil km de fibra, redundância e resiliência, com foco na baixa latência. “Ser diferente, ser moderno e desbravadores, é isso que buscamos”, disse.