*Por Vanderlei Rigatieri
Nos últimos três anos, o mercado de banda larga via fibra óptica cresceu vertiginosamente no Brasil. De acordo com os dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), de 2017 a 2020, o número de acessos à internet por meio dessa tecnologia cresceu quase cinco vezes.
Os serviços de streaming, por exemplo, colaboraram para isso acontecer, uma vez que as pessoas procuraram melhorar a qualidade e velocidade de sua internet para aproveitar os serviços de uma melhor forma, Netflix, Globoplay, etc. Neste ano de 2020 não está sendo diferente, o aumento da demanda por uma boa internet nas residências em razão da pandemia certamente foi um dos fatores que aceleraram esse crescimento. O home office, o entretenimento online, tudo influenciou pela necessidade de uma internet melhor.
É o que revelam os dados da Anatel, do mês de março: os 5.570 municípios brasileiros já são atendidos por alguma tecnologia de acesso à banda larga. Desse total, 98,8%, ou seja, 5.502 municípios, já têm acesso via fibra óptica. Números ainda mais recentes da agência apresentam um panorama do quanto esse mercado está expandindo e o quanto ainda há espaço para crescer. Em julho, a Anatel registrou 34,2 milhões de acessos à banda larga fixa no Brasil, 13,6 milhões deles por fibra (39,8%). Mais da metade (59,5% ou, 8,134 milhões de contratos) estão nas mãos dos ISPs (Internet Service Provider), conhecidos também como provedores de internet regionais.
A demanda pela banda larga de alta velocidade cresceu tanto junto aos provedores regionais que alguns geradores de conteúdo já estão, inclusive, alocando servidores próprios nos data centers operacionais dessas empresas, para melhorar a experiência do assinante ao baixar os conteúdos. Esse crescimento dos provedores de internet é uma tendência e deve continuar. A velocidade com que crescem atualmente é, inclusive, maior do que as grandes operadoras de internet, e acabam impulsionando as maiores empresas a ampliarem suas redes ópticas também.
Para a WDC Networks, maior fornecedora de produtos de fibra óptica no Brasil e sempre atenta às tendência desse mercado, a aposta na fibra óptica tem se mostrado certeira. Só no primeiro semestre deste ano, a empresa registrou um importante aumento de demanda por fibra, o que fez a companhia crescer mais de 20% no período. Em maio deste ano, houve recorde de vendas e faturamento e a expectativa é crescer 25% até o final de 2020 (a empresa espera fechar o ano com faturamento na casa dos R$ 750 milhões) e crescer 35% em 2021. Também houve recorde de vendas para novos assinantes de fibra óptica, passando dos 125 mil novos kits alugados para ISPs (provedores de internet) em um só mês. Para se ter uma ideia, se fosse um provedor de internet, a WDC estaria hoje com mais de 3 milhões de assinantes, uma vez que já forneceu 3 milhões de modems de fibra aos ISP.
Atualmente, a fibra óptica é a tecnologia mais importante para as telecomunicações. Oferece grandes vantagens na conexão, entre elas, maior estabilidade de sinal, menos interferências e capacidade de maior velocidade, garantidas pelos cabos utilizados que possuem maior largura de banda e chegam a lugares mais distantes com melhor qualidade. Ainda por cima será a grande conexão usada para interligar as futuras antenas de 5G.
O crescimento da procura por essa tecnologia e o surgimento de provedores regionais, favoreceram a popularização da fibra óptica no Brasil, o que resultou em custos muito mais atraentes para os assinantes. É uma tendência que vai continuar forte, em ritmo alto de crescimento, uma vez que há demanda e espaço para essas redes expandirem. O home office, por exemplo, não vai acabar com o fim da pandemia, o consumo do streaming também não. Fibra óptica é uma tecnologia que melhora a qualidade da internet significativamente, mas que, acima de tudo melhora a qualidade de vida das pessoas, e está sendo pulverizada pelos provedores.
*Vanderlei Rigatieri é fundador e CEO da WDC Networks, formado em engenharia pela Escola Politécnica da USP. Possui mais de 35 anos no mercado de tecnologia da informação e telecomunicações, tendo trabalhado como executivo de vendas, marketing e principal executivo em multinacionais como Avaya, AT&T-LA, Tess Celular e Cabletron.
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