A destinação da faixa de 5,9 GHz a 7,1 GHz para o Wi-Fi 6E será decidida pelo Conselho Diretor da Anatel, que pode reduzir em até 500 MHz como banda de reserva, como têm feito outros países. Essa posição atende a reivindicação das operadoras móveis, uma vez que é possível usar essa faixa não licenciada para o 5G. Porém, não garantirá a velocidade máxima de 9,6 Gbps no Wi-Fi 6E indoor, porque depende de uma banda maior.
As informações são do superintendente de Outorgas e Recursos da Anatel, Vinicius Caram, que participou nesta quinta-feira, 30, de live promovida pela Convergência Digital. Segundo ele, a área técnica apresentou os requisitos técnicos para toda a faixa, matéria que está sendo relatada pelo conselheiro Emmanoel Campelo. Disse também que a tecnologia do Wi-Fi 6 já está sendo usada nas faixas de 2,4 GHz e 5 GHz, no entanto a velocidade máxima atingida é de 800 Mbps, nas portadoras com 80 MHz.
Só após a aprovação pelo Conselho Diretor será aberta a homologação dos equipamentos para o Wi-Fi 6E. Caram disse que essa tecnologia é um avanço do Wi-Fi 5 e que já está se pensando no Wi-Fi 7, que precisará de portadoras de 360 MHz, ao invés das de 160 MHz do 6E.
Depois de aprovado pelo Conselho Diretor, os requisitos para a faixa do Wi-Fi 6E precisarãp passar por consulta pública pelo prazo de 60 dias. Por esta razão, caso tudo aconteça como previsto, a tecnologia pode estar disponível até o final do ano.
O diretor da Qualcomm, Francisco Soares defendeu a destinação dos 1,2 GHz para o Wi-Fi 6E. Segundo ele, os equipamentos para o 5G não licenciado ainda não estão maduros e o uso dessa tecnologia na faixa vai depender da retirada de uma série de serviços fixos que não interferem no Wi-Fi 6E. Ele afirma que essa tecnologia está perfeitamente integrada com o 5G, inclusive no que se refere a baixa latência, no caso do Wi-Fi 6E chega a 3 ms.
O presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet), Eduardo Neger, disse que o espectro não licenciado é essencial para a conectividade e a competição no setor. Ele afirmou que os ISPs só surgiram e cresceram porque existiam faixas não licenciadas. Por isso, pediu cuidado na decisão da Anatel.
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