Em paralelo à organização do leilão do 5G, a Anatel deve dar andamento a outros temas ligados ao acesso a frequências, como o mercado secundário de espectro, arcabouço legal que permitirá as empresas competitivas entrarem definitivamente nesse mercado. A afirmação do presidente da TelComp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas), João Moura, foi compartilhada pelo COO da Vogel Telecom, Daniel Cardoso, e o VP da Americanet, José Luiz Pelosini, que participaram de live promovida pela Fururecom nesta quinta-feira, 11.
Para Moura, outros temas regulatórios precisam ser resolvidos, como a migração das concessões para autorizações da telefonia fixa, que tem um efeito concorrencial fortíssimo para as empresas menores e a referente a ocupação dos postes. “São temas importantes para que os investimentos das competitivas não sejam perdidos”, disse.
Daniel Cardoso afirmou que há uma tendência cada vez maior de consolidação no mercado dos ISPs, há fundos de investimentos interessados em aplicar recursos nessas empresas, mas é preciso ter segurança regulatória e regularização das redes. Pelosini, por sua vez, entende que o compartilhamento de redes precisa ser incentivado, medida que será imprescindível para viabilizar o 5G. O VP da Americanet disse que muitas empresas competitivas estão capitalizadas, como a dele, para participar do leilão, inclusive por meio de consórcios, mas tudo vai depender dos termos do edital.
Pandemia
Outro tema tratado na live, a pandemia do novo coronavírus tem, na visão de João Moura, sido um período de aprendizagem para as empresas de telecomunicações e muitas das alterações vão se tornar normais, como o aumento de pessoas em home office e, consequentemente, a procura por mais segurança das redes corporativas. Mostrou por exemplo, que a transformação digital precisa avançar em certas áreas, como comércio, educação e no próprio governo.
Para Cardoso, a pandemia deixou claro também que ainda há muito a ser feito. “Em muitas áreas no Brasil não há uma rede sólida e robusta e isso é uma oportunidade de crescimento para as competitivas”, disse.
Pelosini, por outro lado, acredita que a conectividade não pode ser o único serviço oferecido pelos ISPs, uma vez que a banda larga cada dia fica mais barata. “Uma empresa só com acesso à internet tem um ticket médio de R$ 90 reais por assinante, enquanto uma empresa com serviço de telefonia móvel virtual chega a ter uma receita média de até R$ 150”, afirmou.
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