A diretora de regulatório da Claro, Monique Barros (foto), defendeu hoje, 19, em live do Tele.Síntese, que a revisão do Plano Geral de Metas de Competição (PGMC) pela Anatel será uma oportunidade para redefinir o conceito de prestadora de pequeno porte (PPP).
Atualmente, é considerada PPP a empresa com menos de 5% de market share nacional. A definição, avalia a executiva, está ultrapassada em razão da estratégia dos provedores regionais de internet, focada em cidades, sem planos de crescimento para o Brasil todo.
“Há no país mais de 9 mil empresas prestadoras de pequeno porte. Algumas cresceram e não são mais de pequeno porte. Têm capacidade relevante e alcançam market share de 80% em sua área de atuação”, observa.
Ela defendeu que a vastidão do Brasil torna cada vez mais provável que mais players se tornem dominantes em cidades, em vez da busca por fatia relevante nacional.
“Uma revisão importante a ser feita é o definir o que é PPP por município, que é como essas empresas competem de fato. Seria uma forma mais adequada de dar assimetrias para quem é de fato muito pequeno e quer entrar em apenas uma cidade. Existem ainda as pequenininhas com esse objetivo”, completou.
Barros citou ainda outros dois pontos que a Claro considera passíveis de revisão por parte da Anatel através do PGMC durante a live, conduzida pela jornalista Miriam Aquino. Um dos pontos diz respeito ao nascente mercado de redes neutras.
“As análises do mercado competitivo partindo do mercado de varejo talvez tenha que ser revista. Porque talvez não detectemos dessa forma as empresas que são detentoras de infraestrutura. No passado, esse modelo não existia”, falou.
Outro ponto que ela citou como importante diz respeito ao que que é entendido como competição para as operadoras de varejo. Com o sucesso de empresas de internet, que oferecem alternativas aos serviços de telecomunicações, caberá à Anatel pensar em como evitar que as operadoras estejam submetidas a regras que não alcançam as OTTs.
“Antes a gente olhava a competição no mercado de telecomunicações olhando para empresas de telecomunicações. Agora, a competição se dá com um setor não tradicional de telecomunicações, que são as OTTs. Os grandes substitutos dos nossos serviços não estão mais no nosso setor”, disse.
Barros defendeu ainda forma de a Anatel ou legisladores fazerem as empresas de internet participarem dos investimentos em infraestrutura.
“O grande crescimento do tráfego vem do vídeo e dos serviços de OTTs. Não sei se seria no PGMC, mas é preciso pensar como fazer com que essas empresas compartilhem dos investimentos em infraestrutura”, observou.
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