Ponto ISP

Chegar à zona rural é o desafio da cooperativa gaúcha

A necessidade de fixar os jovens no campo, de um lado, e de prover o acesso rápido a informações para garantir a produtividade das propriedade rurais, de outro, levou a Coprel, que nasceu como uma cooperativa para fornecer energia aos cooperados há 49 anos, a investir na internet. Hoje, seu backbone de fibra, que corre pela rede elétrica, tem mil quilômetros; e sua rede de acesso, que atende às cidades-polo na região Norte do Rio Grande do Sul, outros 3 mil.

Em três anos conquistou 10 mil clientes, 30% deles na zona rural. “Nossa região é muito carente de internet de qualidade”, relata Jânio Vital stefanello, presidente da cooperativa. E foi isso que levou a Coprel, que também atua na área de distribuição de energia, a ampliar seu segmento de telecomunicações, antes focado em telefonia para os associados.

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Este ano, o Grupo Coprel, com faturamento de R$ 350 milhões/ano, vai investir R$ 50 milhões, R$ 7 milhões dos quais na banda larga. De acordo com Stefanello, o objetivo é ampliar a capilaridade da rede, levando a fibra até os distritos das cidades. “Estamos começando pelos distritos que são mais próximos da sede do município. Do distrito, o sinal vai via rádio até as propriedades rurais”, conta ele.

Com sede em Ibirubá, a Coprel atende a 70 municípios e conta com 50 mil clientes na área de energia. Suas previsões para o ano vão na contramão de uma economia em crise: 30% de crescimento em 2017. “Há muito espaço para crescer tanto na área de energia como de telecom”, assegura Stefanello.

Embora tenha fibrados as cidades-polo da região como Passo Fundo, Não Me Toques, Tapejara, Panambi e Ibirubá, o objetivo da Coprel não é estender essa infraestrutura para muitas cidades. “Temos parcerias com muitos provedores regionais que compram banda de nossa rede. O trabalho de chegar até as residências é deles. Esse não é o nosso foco.”

Mercado corporativo

O foco da Coprel em telecom é o mercado corporativo, as indústrias e as propriedades rurais, em geral de pequeno e médio porte. Além de soja, milho e trigo, elas se dedicam à produção de leite, de aves – há muitos aviários na área de Passo Fundo – e à suinocultura.

“A internet é o grande insumo para tudo”, resume o presidente da cooperativa. Por isso, em suas viagens ao exterior, está sempre acompanhando o que vem sendo feito para atender a zona rural e quais as novas tecnologias que estão sendo testadas.

O serviço de banda larga da cooperativa se chama Triway e os pacotes oferecidos ao mercado residencial vão de 8 Mbps, com internet ilimitada ao custo de R$ 89,90, a 60 Mbps, por R$ 239,90. Isso para quem adere ao débito automático. O valores para pagamento com boleto são um pouco maiores. Todos os pacotes incluem voz.

Para os clientes corporativos, os preços dependem do tipo de serviço a ser contratado. Mas as velocidade podem ser superiores e os pacotes incluem também voz com DDR (discagem direta a ramal). Outros serviços são hospedagem de e-mail e intranet. “Todas as indústrias da região são nossas clientes na área de energia e agora passam ser também de telecomunicações, pois temos boa imagem como prestadores de serviço”, diz Stefanello, lembrando que o modelo de governança da Coprel é reconhecido e premiado.

Desde que começou a prover serviços de banda larga, já investiu no segmento R$ 40 milhões, incluindo a construção de dois data centers. O fato de também ser uma distribuidora de energia, permite, segundo o presidente da Coprel, dar escala ao negócio.

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