Para Batistella, a descoberta de novas redes de ISPs não notificadas vai contribuir para evitar que investimentos públicos sejam destinados para cidades onde já há infraestrutura de telecom, por meio de obrigações impostas pela agência reguladora. Assim como para evidenciar a capilaridade dos provedores regionais, na elaboração de projetos para implantação do 5G.
“Os ISPs já atuam em municípios onde nem em 20 anos as grandes operadoras implantariam redes voluntariamente”, disse Batistella. Ele disse, no entanto, que em 1.700 localidades onde há forte atuação do agronegócio não há conexão.
Leilão
Batistella afirma que, sem a participação massiva dos ISPs, a interiorização do 5G vai demorar. Mas, para que isso ocorra, é preciso que haja mais granularidade nos lotes destinados às prestadoras de pequeno porte (PPPs) além do que a proposta pela agência na versão atual do edital. Do jeito que está, avalia o diretor da Abrint, apenas os provedores regionais de maior peso ou os que contam com recursos de fundos de investimentos terão fôlego para aquisição dos lotes.
Do mesmo modo, Batistella afirma que se o valor a ser pago pelo provedor pelo ISP ficar acima de 10% do total, a interiorização será adiada. “Nesse caso, os provedores terão que optar por mercados que dão mais retorno para recompor o fluxo de caixa”, disse. Para ele, a equação pretendida pelos ISPs é o pagamento em dinheiro de 10% do valor do lote e 90% revertidos em metas de cobertura.
“Sem um maior fracionamento dos lotes regionais, o interior só terá 5G quando outra nova tecnologia estiver para sair, como acontece com o 4G”, disse Batistella.