A Brisanet vai antecipar para o final deste ano a implantação do 5G em cidades nordestinas com menos de 30 mil habitantes e usando a faixa de 2,3 GHz, com ofertas para clientes B2C e B2B. No início de 2023, vai ativar em cidades médias e no final do terceiro trimestre, em grandes cidades do Nordeste.
Esse é o modelo de negócio apresentado pelo presidente da operadora, José Roberto Nogueira, em painel do INOVAtic Nordeste, realizado nesta quinta-feira, 22, em Recife. A faixa de 3,5 GHz, também adquirida pela operadora, somente será usada quando o preço do smartphone 5G baixar. Também ficará para depois, a implantação da rede no Centro-Oeste.
Pelo edital, as cidades com menos de 30 mil habitantes devem ser atendidas a partir de 2026, mas o superintendente interino de Outorgas e Recursos à Prestação da Anatel, Tawfic Awwad Júnior, que também participou do debate, adiantou que o Gaispi já está analisando a liberação do uso das frequências do 5G em bloco.
Nogueira afirmou que o preço estabelecido pela agência para oferta de referência de roaming nacional, como remédio pela venda da Oi às demais operadoras móveis, ajuda. Porém, afirma que a rede do 5G da Brisanet cobrirá toda a cidade pequena e mais adjacências, deixando o uso do roaming apenas para cidades ainda não atendidas pela operadora nordestina.
O projeto da Brisanet não foge ao histórico da empresa, que implantou internet por rádio, partiu para fibra óptica apenas contando com o conhecimento interno. “Nós estamos usando nosso DNA para construir a esteira de produção da rede 5G aliada ao nosso baixo custo operacional”, disse. Ele espera estar dominando todo o processo até meados de 2023, já com os ajustes necessários.
“Em janeiro de 2023 já podemos ter uma foto do futuro com certa precisão”, disse Nogueira. Ele acredita que metade da base ainda usará a tecnologia 4G, numa rede superdimensionada. “Ao longo do primeiro semestre, com a redução dos preços, vamos incentivar a troca do aparelho”, disse.
Em junho de 2023, a Brisanet terá saído do zero para uma rede 5G já dando resultado em um mercado tão competitivo, afirma José Roberto Nogueira. Ele disse que tudo isso será possível porque soube escolher a frequência e na compra da tecnologia.
Nogueira aposta na cobertura, alta capacidade e preço para conquistar clientes para sua rede móvel. “Não existe outra operadora que esteja mais bem servida de espectro para o 5G no Nordeste que a Brisanet, dona de um bloco da 2,3 GHz e 3,5 GHz”, disse.
Anatel
Tawfic Júnior acredita que uma rede de atacado com frequência mais baixa, da Winity, pode auxiliar aos provedores regionais na implantação da rede 5G. Mas aponta outros instrumentos para que as PPPs possam se instalar em mercados onde as grandes não se instalaram.
O outro é a oferta de roaming, que hoje custa R$ 2,60 por gigabit trafegado, que não é definitiva, mas uma ajuda inicial. A exploração industrial de espectro é outro caminho, inaugurando o mercado de aluguel de frequências.
Há ainda a possibilidade da PPP pedir a outorga em caráter secundário de frequências que não foram adquiridas em leilão, disse Tawfic. Ele afirma que há faixa de 2 Ghz livre em mais de 3.600 municípios por exemplo.
O INOVAtic Nordeste é uma realização do Portal Tele.Síntese, que terá continuidade nesta sexta-feira, 23, em Recife (PE).
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