A Brisanet encerrou 2024 com crescimento nas bases de banda larga e telefonia móvel, mas viu o lucro líquido cair 64,7% no comparativo anual, totalizando R$ 60,8 milhões. Em 2023, o resultado havia sido de R$ 172,2 milhões. A retração está relacionada ao menor impacto de créditos tributários e ao aumento das despesas operacionais com a entrada no mercado móvel, especialmente com o 5G.
A base de banda larga fixa chegou a 1,45 milhão de clientes, aumento de 10,9% em relação ao ano anterior. Desses, 1,44 milhão acessam a internet via fibra óptica (FTTH) e 13 mil utilizam acesso fixo-móvel (FWA). No segmento móvel, a empresa registrou 338 mil assinantes, com destaque para o último trimestre do ano, quando adicionou mais de 115 mil clientes e expandiu a cobertura para 237 cidades.
A receita líquida consolidada atingiu R$ 1,43 bilhão, com alta de 16% frente a 2023. Já o EBITDA ajustado foi de R$ 604,9 milhões, crescimento de 1,7%, com margem de 42%. No quarto trimestre, o indicador foi de R$ 163,1 milhões.
O avanço da operação móvel também pressionou os investimentos. O CAPEX totalizou R$ 995 milhões no ano, alta de 114% sobre 2023. Parte desses recursos foi obtida por meio de emissões de debêntures e financiamentos de longo prazo, incluindo contratos com o BNDES via FUST, que somaram R$ 560 milhões para expansão de rede em escolas públicas, áreas periféricas e favelas de cinco estados do Nordeste.
Com os novos aportes, a dívida líquida da companhia subiu para R$ 1,36 bilhão, contra R$ 748 milhões em 2023. O índice de alavancagem (dívida líquida/EBITDA) passou de 1,28 para 2,25 vezes, ainda abaixo do limite contratual de 3,5 vezes previsto nas debêntures.
A Brisanet também comunicou que deixará de divulgar projeções operacionais a partir deste ano, e que distribuirá R$ 18 milhões em juros sobre capital próprio até 30 de junho de 2025, referente ao lucro de 2024. O restante será destinado a reservas legais e de investimento.
Por fim, a Brisanet convocou assembleia de acionistas para 24 de abril. Na pauta, estão a aprovação das contas do exercício de 2024 e a eleição de um novo membro para o Conselho de Administração. O atual conselheiro Geraldo Luciano Mattos Júnior renunciou ao cargo nesta semana.
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