Responsável por boa parte da infraestrutura de telecomunicações existente no país, o BNDES segue financiando o setor, direta ou indiretamente. “Nos últimos dois anos a gente aprovou 10 novos provedores, com financiamento direto, com um esforço de ajustar a política de crédito, de adaptação ao regramento do banco para atender a esse setor, dada a relevância que os provedores estão tendo, especialmente no Norte e Nordeste”, afirma o chefe do Departamento de Tecnologia e Conectividade do BNDES, Ricardo Rivera, nesta quarta-feira, 21.
Porém, afirma o executivo, que participou do painel sobre alternativas de financiamento para ISPs no INOVAtic Nordeste, o principal esforço de desenvolvimento é nas estruturas indiretas. “Desde os instrumentos clássicos, como cartão do BNDES e Finame, mas também com outras alternativas, como o fundo garantidor, um exemplo do esforço que foi feito durante a pandemia, o Peac, que já serviu de garantia para muitos provedores, lastreando mais de R$ 500 mil em créditos”, disse.
Segundo Rivera, nos últimos cinco anos o banco viabilizou mais de R$ 1 bilhão de financiamento direto, 90% voltados para pequenos e médios e 40% das regiões Norte e Nordeste. “O foco do BNDES é na modernização da rede, onde buscar ser complementar e a atuação via debêntures é o principal instrumento, e outro é a universalização de serviço, de levar os provedores ainda não vão por meio de crédito não reembolsável, vis Fust, e o ecossistema de inovação”, observou.
Rivera destacou que o BNDES colocou no ar desde 1º de setembro, e os agentes financeiros já podem rodar o sistema Finame/Funttel, que apoia a inovação e a massificação da banda larga. “Ele vai financiar provedores a adquirirem equipamentos produzidos no país, com uma condição muito favorável, a um custo TR mais 7% ao ano, muito abaixo da Selic atual”, disse.
Sobre o Fust, Rivera disse que o banco está muito empenhado para ser um operador, que sejam usadas todas as ferramentas que a instituição tem, com uma atenção especial para educação. “Vamos aprender como vai funcionar a partir de projetos pilotos”, disse.
Oportunidades
Para Ricardo Rivera o cenário atual e futuro traz oportunidades e ameaças para os provedores. “A inflação crescente e a dificuldade de repassar esse aumento de custo a preço, em função da alta competição, com outros entrantes, como as infraCos entrando com mais forças podem levar provedores para movimentos de M&A”, avalia.
Mas entende que há um grande espaço para atuação complementar e em parcerias entre grandes e pequenas, especialmente nessa frente que o banco pretende estimular, que é levar a infraestrutura onde ainda não existe. “Há espaço para cobertura, melhoria da qualidade, para os provedores crescerem não como recentemente, mas com avanço ainda saudável”, disse Rivera.
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