O suposto atraso no edital do 5G tem seu lado positivo, que é a possibilidade de incluir a OpenRAN no documento, garantindo menores custos e mais rapidez na implantação das redes da quinta geração. A afirmação é do superintendente de Controle de Obrigações da Anatel, Carlos Baigorri, em sua participação, nesta terça-feira, 29, no Painel Telebrasil. “É uma oportunidade para o Brasil já apostar na OpenRAN”, disse.
Segundo Baigorri, há muito tempo o setor vem passando por consolidações, em primeiro lugar entre os fabricantes no começo do século, que reduziu em muito o número de fornecedores de equipamentos e isso se refletiu em maior poder de mercado e em preços mais elevados. “E isso se reflete nas margens pequenas dos prestadores de serviços de telecomunicações”, disse. Mas recentemente, ressalta o superintendente, a consolidação acontece entre os prestadores de serviços.
– Essa disrupção que surge de uma cooperação dos OTTs, de fornecedores e das próprias operadoras de telecomunicações demonstra, na minha opinião, de uma grande oportunidade de se desverticalizar o mercado de fornecedores, reduzindo custos para os prestadores de serviços de telecomunicações, aumentando a oferta de fornecedores e, dessa forma, garantindo para o usuário final, um serviço mais acessível”, afirma Baigorri.
Para Baigorri, a inclusão do OpenRAN no 5G traz também uma oportunidade para a indústria nacional, que já teve um papel importante nas telecomunicações, mas que se perdeu nos últimos anos. “Quando se abre as interfaces das redes de acesso do 5G, se permite que novos fornecedores possam participar, não precisando mais entregar uma solução fim a fim, mas podendo focar em aspectos específicos da solução RAN, seja em sistemas, na parte de software ou de inteligência artificial para monitoramento da rede”, observou.
Baigorri disse que a adoção do OpenRAN é uma oportunidade para o Brasil, um grande potencial para a indústria de comunicação como um todo e a demonstração de que a parceria entre o mundo da internet e o mundo das telecomunicações pode fazer surgir inovações no mercado. “Essa cooperação entre os dois mundos pode trazer benefícios para toda a cadeia desde fornecedores, de serviços e de aplicações, trazendo resultados positivos para a sociedade como um todo”, destacou.
No Comment