O Gartner anunciou esta semana as principais tendências estratégicas da tecnologia de Internet das Coisas (IoT) que impulsionarão a inovação nos negócios digitais até 2023. As previsões estão no estudo global “Top Strategic IoT Trends and Technologies Through 2023“.
“A IoT continuará a oferecer novas oportunidades de inovação nos negócios digitais durante a próxima década e novas possibilidades serão propiciadas por novas tecnologias ou por tecnologias aprimoradas”, diz Nick Jones, Vice-Presidente de Pesquisas do Gartner.
Segundo o Gartner, os líderes de TI serão responsáveis em 2023 por três vezes mais endpoints do que o número de dispositivos hoje existentes em suas organizações.
Nesse contexto, o Gartner anuncia as 10 tecnologias e tendências de IoT mais estratégicas e que permitirão gerar novos fluxos de receita e novos modelos de negócios às empresas:
1 – Inteligência Artificial (IA) – O Gartner prevê que 14,2 bilhões de equipamentos conectados estarão em uso em 2019. Esse total chegará a 25 bilhões de dispositivos até 2021, produzindo cada vez mais um imenso volume de informações. A Inteligência Artificial será aplicada a uma ampla gama de informações de IoT, incluindo vídeo, imagens estáticas, fala, atividade de tráfego de rede e dados de sensores.
2 – IoT social, legal e ética – À medida que a IoT amadurece e se torna amplamente adotada, uma enorme gama de questões sociais, legais e éticas crescerá em importância. Esses pontos incluem a propriedade dos dados e as deduções feitas a partir deles, incluindo tendência algorítmica, privacidade e conformidade com novas leis como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (General Data Protection Regulation, GDPR – em inglês).
3 – O Valor da Informação (Infonomics) e Transmissão de Dados – Pesquisa do Gartner sobre projetos de IoT mostra que 35% dos entrevistados estavam vendendo ou planejando vender dados coletados por seus produtos e serviços no ano passado. A teoria do Infonomics leva essa monetização de dados adiante, colocando as informações como um ativo comercial estratégico a ser registrado nas contas da empresa. Até 2023, a compra e venda de dados de IoT se tornarão parte essencial de muitos sistemas inteligentes e conectados.
4 – A Mudança da Rede de Borda Inteligente para a Arquitetura de Malha Inteligente – A mudança de arquiteturas centralizadas e de Nuvem para estruturas de Edge Computing está em pleno andamento por conta da Internet das Coisas. No entanto, esse não é o ponto final, pois o conjunto de camadas associadas à arquitetura de Edge Computing evoluirá para um formato ainda mais desestruturado, composta por uma enorme variedade de dispositivos e serviços conectados em uma malha dinâmica. Com Edge Computing, teremos sistemas de IoT mais flexíveis, inteligentes e responsivos, embora muitas vezes à custa de complexidades adicionais.
5 – Governança de IoT – Com a contínua expansão da Internet das Coisas, a necessidade de uma estrutura de governança que garanta o comportamento apropriado na criação, armazenamento, uso e exclusão de informações relacionadas a projetos de IoT se tornará cada vez mais importante. A governança abrange desde tarefas técnicas simples, como auditorias de dispositivos e atualizações de firmware, até problemas mais complexos, como o controle de dispositivos e o uso das informações geradas por eles.
6 – A inovação dos sensores – O mercado de sensores evoluirá continuamente até 2023. Novos sensores permitirão que uma gama ainda mais abrangente de situações e eventos sejam detectados. Os sensores atuais cairão de preço para se tornar mais acessíveis (ou serão empacotados de novas maneiras para suportar novos aplicativos) e novos algoritmos surgirão para extrair e deduzir mais informações das tecnologias de sensores atuais.
7 – Hardware e Sistema Operacional mais confiáveis – As pesquisas do Gartner mostram invariavelmente que a segurança é a área de maior preocupação técnica para organizações que implantam sistemas de IoT. Isso ocorre porque as empresas geralmente não têm controle sobre a origem e a natureza dos programas e equipamentos que estão sendo utilizados nas iniciativas de Internet das Coisas.
8 – Nova experiência de usuário para IoT – A experiência do usuário de IoT (UX) abrangerá uma vasta lista de tecnologias e técnicas de design. Ela será impulsionada por quatro fatores: novos sensores, novos algoritmos, novas arquiteturas de experiência e contexto e novas experiências sociais detectáveis. Com um número crescente de interações ocorrendo com dispositivos que não têm telas e teclados, os designers de UX das organizações serão obrigados a usar novas tecnologias e adotar novas perspectivas se quiserem criar experiências positivas para os usuários, protegendo seus interesses dos clientes.
9 – Inovação do chip de silício – “Atualmente, a maioria dos endpoints de dispositivos de IoT usa chips de processador convencionais, com arquiteturas ARM de baixa potência, que são particularmente populares. No entanto, os conjuntos de instruções tradicionais e as arquiteturas de memória não são adequados para todas as tarefas que esses itens precisam executar”, afirma Jones. “Por exemplo, o desempenho de redes neurais profundas (DNNs) é frequentemente limitado pela largura de banda da memória, em vez de poder de processamento”. Até 2023, é esperado que novas gerações de chips possam reduzir o consumo de energia necessário para executar uma DNN, permitindo novas arquiteturas de Edge Computing e funções neurais incorporadas a terminais de IoT de baixa potência. Isso suportará a inclusão de novos recursos, como análise de dados integrada com sensores e reconhecimento de fala, em dispositivos de baixo custo e movidos a bateria.
10 – Novas tecnologias de rede sem fio para IoT – A rede de IoT envolve o balanceamento de um conjunto de requisitos que competem entre si, como custo de ponto final, consumo de energia, largura de banda, latência, densidade de conexão, custo operacional, qualidade de serviço e faixa de frequência da conexão. Atualmente, nenhuma tecnologia de rede otimiza tudo isso de maneira única, mas as novas tecnologias de rede de IoT fornecerão mais opções e flexibilidade.
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