As possibilidades da IA para o setor de telecomunicações


A inteligência artificial (IA) representa uma grande oportunidade para as empresas de telecomunicações. Além de otimizar diversos processos, como a antecipação de falhas e a proposição de soluções, a IA pode ser a base de um novo serviço oferecido por essas empresas. É o que afirma Sandro Tavares, diretor global de Marketing para Telecomunicações da Dell Technologies.

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“É possível utilizar algoritmos de IA para otimizar a rede, por exemplo, reduzindo a carga em horários de baixo tráfego ou em áreas com menor demanda à noite. Ou até desligar o core do servidor para economizar energia. Com isso, é possível reduzir o Opex, melhorar a pegada de carbono, entre outros benefícios”, explicou o executivo em entrevista ao Tele.Síntese nesta quarta-feira, 9 de outubro, durante o Futurecom 2024, em São Paulo.

Tavares destacou ainda a possibilidade de as operadoras de telecomunicações se posicionarem como provedoras de IA. “Um exemplo é a Lintasarta, braço corporativo da Indosat, na Indonésia. Em parceria com a Nvidia e a Dell, a empresa criou uma infraestrutura para oferecer GPU as a Service, vendendo capacidade de processamento de IA”, relatou.

Segundo Tavares, as empresas que utilizam esses serviços obtêm vantagens como menor latência, resultando em maior qualidade de conexão, além da segurança de saber onde seus dados estão sendo processados.
No entanto, para que as telecomunicações possam aproveitar plenamente a IA, tanto internamente quanto no desenvolvimento de novos produtos, o executivo acredita que ainda são necessários alguns passos em direção à transformação digital.

“A IA é uma grande oportunidade para o setor de telecomunicações, mas, como qualquer oportunidade, exige trabalho e uma adaptação em termos de estratégia e arquitetura. É preciso uma discussão abrangente sobre transformação digital, pois ela é fundamental para começar a pensar na implementação de soluções de IA no setor”, afirmou.

Data centers e ambientes em nuvem

Na visão do executivo, para oferecer GPU as a Service, pode ser vantajoso que a operadora tenha seu próprio data center ou que ele esteja próximo à sua rede. “Dessa forma, é possível implantar a infraestrutura básica, como servidores, GPUs para processamento, além de soluções de controle que permitam o provisionamento e a cobrança pelo serviço”, explicou.

Tavares acrescentou que as telecoms podem também recorrer a infraestruturas não tradicionais de data center. “É possível instalar uma GPU L4 para rodar inferências de alguns workloads próximos de onde os dados estão sendo gerados e, possivelmente, onde serão necessários”, comentou.

Por fim, Tavares destacou a importância de as empresas de telecomunicações adotarem cada vez mais uma abordagem baseada em computação em nuvem para avançar em sua jornada digital. “As operadoras precisam ter uma visão clara de transformação da arquitetura de redes de telecomunicações em direção à nuvem”, pontuou. “Criar uma arquitetura horizontal, que suporte tanto a rede quanto os serviços oferecidos, é o caminho mais eficiente do ponto de vista operacional”, concluiu.

 

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