A contratação de redes dos ISPs, pode ser a saída para as operadoras que adquirirem lotes do leilão do 5G, avaliou o superintendente de Outorgas e Recursos à Prestação da Anatel, Vinícius Caram, em entrevista ao PontoISP. Isto porque, uma das metas de investimento que poderá entrar nos condicionamentos é a de levar a rede para localidades com até 600 habitantes.
Essa possibilidade ganhou força nesta quarta-feira, 17, depois que foi assinado o decreto que regulamenta a migração das concessões da telefonia fixa para autorizações. No texto, foi estabelecida a terceirização de investimentos em redes.
No caso das obrigações do 5G, a Anatel identificou 1.600 dessas pequenas localidades, que não interessam economicamente às teles, mas que deverão receber ao menos uma estação radiobase. Para Caram, a área rural será uma das maiores contempladas com essa obrigação, que passará a contar com uma infraestrutura cabeada.
Outra situação que pode beneficiar os provedores regionais é o cumprimento das políticas públicas baseadas no Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações (Pert). Pelo levantamento atual, 55% dos municípios do Nordeste não têm fibra óptica e em 2 mil é necessário um aumento da capacidade de tráfego. “Estamos trabalhando com o estado da arte do 5G, tecnologia que vai gerar muitos negócios”, disse o superintendente.,
Nesse ponto, entretanto, há um receio muito grande dos ISPs. A preocupação é de que sejam incluídas nas metas de investimentos municípios já atendidos por provedores regionais, que passariam a competir com as grandes teles. A possibilidade de terceirização de redes pode afastar, em parte, esse receio.
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