O superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Vinícius Caram, afirmou nesta sexta-feira, 10, que a área técnica vai propor uma nova certificação para equipamentos WiFi 6E que permita restringir o uso da banda de 6 GHz até a conclusão de testes que baseiam a destinação da faixa no país. A previsão é de publicar uma consulta pública sobre o tema neste mês de maio.
“Hoje, o hardware da recepção desses equipamentos é de até 1.200 MHz – pode ser até sete canais de 160 MHz. O que vamos propor aos fabricantes é: enquanto estamos finalizando os testes, vendo as possibilidades do uso [da faixa de 6 GHz] no Brasil, suspenderíamos essa homologação nesse modelo full. Poderíamos manter o mesmo equipamento, mas desde que ele tenha um software adaptativo”, explicou Caram.
Os testes analisam os cenários usando toda a faixa de 6 GHz para o WiFi, ou dividido com o IMT (celular), mas permitindo o uso integral pelo WiFi indoor. A previsão é de concluir os estudos em novembro deste ano.
Faixa de 6 GHz
Tanto as operadoras de telefonia celular quanto as desenvolvedoras de tecnologias WiFi consideram a faixa de 6 GHz como nobre, pois detém a maior quantidade de espectro contínuo em banda média ainda livre. Por isso, é alvo de disputa intensa no Brasil e em outros países. Na China, por exemplo, foi destinada ao celular. Nos EUA, ao WiFi.
O Brasil foi incluído na lista dos interessados em utilizar a frequência com telefonia móvel. A partir disso, abriu-se a possibilidade de revisão do regulamento atual, que destina 100% da faixa para o WiFi.
Os testes fazem parte da revisão do regulamento atualmente em vigor, que destina os 1.200 MHz da faixa para o WiFi, a fim de fazer com que somente 500 MHz sejam para uso não licenciado, inclusive outdoor.
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