Com a conclusão da rota de 470 km, interligando por cabo óptico subfluvial Coari a Manaus, o projeto Amazônia Conectada conclui, em abril, seu terceiro trecho, que colocará Manaus em conexão com Tefé, parte da infovia do Alto Solimões. Para construir esse trecho, mais o que vai ligar Manaus a Novo Airão — estará operacional em maio — estão sendo investidos R$ 15 milhões, captados pelo Exército, que coordena o projeto, junto a seus parceiros. Até lá, o Exército espera receber o sinal verde da Advocacia Geral da União (AGU) sobre qual modelo de parceria será usado para abrir a rede subfluvial para uso da iniciativa privada, para a compra de capacidade da rede de transporte para levar a banda larga aos municípios ao longo da infovia.
Ao apresentar o estágio atual do Amazônia Conectada, durante o Encontro Provedores Regionais Manaus, realizado ontem na capital do Amazonas, pela Bit Social, o tenente coronel Marcelo Corrêa, do 4º Centro Telemática de Área (CTA), explicou que o Exército está finalizando as licitações para alguns serviços de lançamento e que a previsão é de lançar o trecho Coari-Manaus em março ou abril. O fornecedor do cabo será o mesmo de Coari-Tefé, a francesa Nexas, que venceu a licitação; o sistema de transmissão DWDM ficou com a Padtec.
Desta vez, ao contrário de contratar um integrador para o lançamento, o Exército decidiu fazer a licitação fatiada por serviço. E isso deverá provocar uma queda no preço do metro unidade (metro de cabo mais obras de instalação). Se no trecho Coari-Tefé foi R$ 79, agora deverá cair para menos de R$ 39,90 (valor apurado até o momento). Segundo o tenente Nuno, do CTA, está mais barato lançar um cabo subfluvial do que instalar um cabo terrestre. Com a escala — o projeto total prevê cinco infovias (Alto Solimões, Alto Rio Negro, Madeira, Purus e Juruá, num total de 7.650 km) —, o valor deverá cair mais.
Parcerias
Embora o trecho Coari-Tefé tenha sido concluído em abril do ano passado, até hoje ainda não está sendo utilizado, por falta da definição do modelo de negócios público-privado. As opções de modelo foram apresentadas à AGU, que ainda não se pronunciou. Mas a expectativa do tenente Nuno é de que isso aconteça em fevereiro. Quem vai operar a rede de transporte será a Prodam, companhia de TICs do governo do Amazonas, parceira do projeto. Por enquanto, entre Manaus e Tefé a única rota que está sendo comercializada pela Prodam é o trecho que liga Manaus a Iranduba e Manacapuru. Para essa interconexão, a empresa usa o gasoduto da Petrobras com fibra da Telebras, que não integra o Amazônia Conectada.
A demora na comercialização da rede de transporte da infovia retarda o início da implantação de redes ópticas no interior do Amazonas. Vários provedores dizem que aguardam a abertura da infovia à iniciativa privada para iniciar a instalação de redes ópticas nas cidades, quase todos atendidas via rádio.
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