Com dificuldades para ampliar as receitas no B2B, a Algar Telecom registrou prejuízo líquido de R$ 69,9 milhões no terceiro trimestre de 2024, de acordo com balanço financeiro divulgado na noite de sexta-feira, 6, ante lucro de R$ 3,4 milhões no mesmo período do ano passado. Com resultados negativos nos primeiro e segundo trimestres do ano, a operadora soma perdas de R$ 155,8 milhões nos nove primeiros meses de 2024.
Segundo a empresa, o prejuízo no terceiro trimestre se deve à menor geração operacional de caixa e ao maior volume de amortizações e depreciações. Vale notar que, entre julho e setembro, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) totalizou R$ 227,8 milhões, baixa anual de 24,8%. A margem ficou em 32,1%, registrando queda de 11,5 pontos percentuais em relação à apurado no mesmo intervalo de 2023 (43,6%).
Além disso, no terceiro trimestre deste ano, os custos e as despesas avançaram 23%, alcançando R$ 481,6 milhões, ao passo que os gastos com amortização e depreciação tiveram aumento de 10,9%, chegando a R$ 207,4 milhões.
“O alto nível de depreciação e amortização em relação à geração operacional de caixa é resultado dos seguidos investimentos realizados pela Companhia na expansão de redes, em escala nacional, redes essas que ainda contam com um relevante grau de disponibilidade”, diz a Algar, em trecho do informe financeiro.
Receitas
A receita líquida da Algar totalizou R$ 709,4 milhões no terceiro trimestre, alta de 2,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O segmento residencial (B2C), apesar de menor relevância para as receitas da companhia, foi o destaque do período, com faturamento de R$ 240,4 milhões (+6,1%).
Inclusive, no B2C, as receitas da Algar cresceram, principalmente, em banda larga (+7,5%) e serviços de valor adicionado, os chamados SVAs (+66,2%) – com destaque para gestão de WiFi, segurança e telemedicina. O serviço de telefonia móvel teve leve alta (+0,6%), enquanto a telefonia fixa encolheu 17,5%.
A empresa também reportou a adição de 19,7 mil novos clientes em fibra no acumulado de 12 meses até setembro, com a base residencial chegando a 566,8 mil acessos.
No B2B, as receitas ficaram estáveis (+0,2%), somando R$ 469 milhões. Houve alta de 19,9% em produtos de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC). Por outro lado, os serviços de conectividade e telefonia móvel amargaram baixas de 7,3% e 8,4%, respectivamente.
“As menores receitas de conectividade são decorrentes, sobretudo, de um movimento, que se iniciou em 2023, de redução do escopo/preço dos serviços por parte das empresas de médio porte, que passaram a enfrentar uma situação de maior estrangulamento de liquidez”, afirma a Algar.
“Quanto às receitas de Machine-to-Machine, o decréscimo da receita é consequência da queda do número total de chips usados pelo setor de adquirência de cartões de crédito e débito, fruto de uma limpeza de base, efetuada no final de 2023, e de uma estratégia de redução do número de equipamentos usados por parte das empresas desse setor”, acrescenta a companhia.
Reestruturação
No informe financeira, a Algar destacou que, no terceiro trimestre, implementou uma “importante reestruturação organizacional”. Além de aumentar a eficiência, o plano busca remodelar as áreas comercial e de marketing para “capturar melhor as especificidades de mercado de cada uma das regiões em que atuamos e alavancar nossa unidade de clientes B2B”.
Vale destacar que a empresa investiu R$ 155,1 milhões entre julho e setembro, sendo 26% e 18% desse total para ativação de clientes corporativos e residenciais, respectivamente. A operadora terminou o terceiro trimestre com uma dívida bruta de R$ 3,61 bilhões, volume 10,1% inferior ao registrado ao fim do ano passado. O indicador dívida líquida/EBITDA ficou em 2,92 vezes.
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