O fundo norte-americano Acon prepara uma oferta pública de ações (IPO) da holding criada no Brasil para administrar ISPs locais comprados nos últimos anos. A holding, batizada Triple Play, reúne os provedores Cabo Telecom, Videomar, Outcenter (comprada neste mês de agosto), Tecnet, Direta e Conexão. A intenção é realizar a transação ainda em 2020.
Juntas, as empresas tinham em junho 330 mil assinantes e presença em 26 pequenos e médios municípios nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia no Nordeste, e no interior dos estados de São Paulo e Minas Gerais no Sudeste.
A Triple Play registrou o prospecto preliminar para a realização do IPO na CVM na última terça-feira, 18. A companhia pretende ser listada no Novo Mercado da B3, segmento em que as empresas respondem às mais estritas regras de conformidade e transparência. Novos estatutos sociais já foram aprovados, no último dia 14 de agosto em preparação a esta adequação.
O prospecto ainda passa pela avaliação da CVM e não informa quantas ações a Triple Play pretende colocar no mercado, nem qual será a diluição do fundo Acon. Atualmente, a empresa tem um capital social de R$ 360,84 milhões, e está autorizada pelo conselho de administração a aumentar o capital até o limite de R$ 2 bilhões.
A empresa explica que com o montante obtido com a venda de ações, vai adotar uma estratégia focada em mercados de banda larga de pequeno e médio porte, impulsionar o crescimento nas áreas atuais de operação, expandir a rede e a base de assinantes adentrando em novas áreas por meio de expansões greenfield e aquisições. Parte do dinheiro também irá para o capital de giro e pagamento de dívidas – atualmente, a empresa tem empréstimos que somam R$ 250 milhões.
Os coordenadores da oferta serão os bancos Itaú BBA, Bank of America Merrill Lynch, Bradesco BBI e a UBS Brasil.
OPERACIONAL
Além dos 330 mil assinantes residenciais e B2B, a Triple Play tem uma rede de 7,5 mil km de extensão, na maior parte em fibra, que chega a 989 mil domicílios (homes passed). Diz a empresa que a base de assinantes cresceu a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 18,5% e os homes passed cresceram a um CAGR de 28%.
O grupo faturou R$ 318,5 milhões em 2019, um aumento de 18,8% em relação ao exercício de 2018. O lucro líquido foi de R$ 8,5 milhões naquele ano.
No primeiro trimestre de 2020, o faturamento foi R$ 87,12 milhões, e o lucro líquido ficou em R$ 5,61 milhões. No segundo trimestre, o grupo faturou R$ 87,01 milhões e registrou lucro líquido de R$ 2,1 milhões.