O uso outdoor da faixa de 6GHz (WiFi 6) é, na visão da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), um avanço para os ISPs. Isso porque poderão prover novos serviços, como em áreas afastadas, e garantir uma experiência melhor a seus clientes.
Além disso, destaca a líder do Conselho de Administração da entidade, Cristiane Sanches, é mais uma forma de garantir a integralidade da faixa, com 1.200 MHz, usada sem necessidade de licenciamento. Mas isso não exclui o offload do 5G, afirma.
“A Anatel reconhece, mais uma vez, a dimensão socioeconômica da faixa de 6 GHZ e prima pela democratização das ações clássicas de atribuição e destinação do espectro, reverberando sobre as escolhas do consumidor, a inovação, a ampliação do acesso e o futuro wireless no Brasil”, destaca a entidade, em sua contribuição à tomada de subsídio da agência, que se encerra no próximo dia 24.
A Abrint entende que há necessidade do uso de sistema AFC, ferramenta para gerenciar o uso do espectro de radiofrequência de maneira eficiente, mas sugere que as empresas que ofereçam o serviço sejam estruturadas e sigam parâmetros estabelecidos pela Anatel. “Esses sistemas permitem monitorar e coletar dados de uso de efetivo de faixa, minimizar interferências, facilitar o controle de destinação e alocação do espectro na região, reduzindo a subutilização e traduzir ferramental relevante para estimular o mercado secundário”, ressalta.
Preço
Para a entidade, os sistemas AFC, que são proprietários, devem ser oferecidos por empresas estabelecidas no país ou por entidade que distribua o serviço para um pool de operadoras. “Isso traria possibilidades de inovação, colaboração, custo reduzido e possibilidade de se agregar serviços às operadoras interessadas no uso do APs outdoor”.
Com relação ao preço, a Abrint recomenda que a empresa ou entidade que provê a solução AFC pode cobrar uma taxa pelo uso do sistema. E que a cobrança deveria se dar de forma a considerar o volume de operações/ativações de APs outdoor. “Embora a presença de várias entidades ou empresas possa, potencialmente, representar maior nível de competição nesse mercado e assim permitir preços mais razoáveis, a Anatel deve acompanhar o mercado para coibir valores que representem, indiretamente, barreiras de entrada aos operadores entrantes no mercado móvel”, sugere a entidade.
Parâmetros
Cristiane Sanches afirma que o AFC é um sistema em produção por empresas sediadas nos Estados Unidos. Por isso defende que o Brasil adote parâmetros semelhantes aos já estabelecidos pela FCC (Federal Communications Commission), que usam a ferramenta na mesma faixa.
A conselheira ressalta que o importante é unir a indústria o quanto antes para entregar mais soluções para o WiFi 6, para se chegar a preços mais acessíveis. “Critérios e parâmetros mínimos bem definidos darão a segurança que a indústria precisa para evoluir”, completou.
Veja aqui a íntegra da tomada de subsídios da Anatel.