A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) respondeu às recentes declarações do presidente da Claro Brasil, José Felix, sobre o risco de excesso de competição na telefonia celular feitas ontem durante o Painel Telebrasil. A associação destacou a importância das prestadoras de pequeno porte para a expansão da conectividade no Brasil, especialmente em regiões pouco vistas por grandes operadoras. “As PPPs desempenham um papel essencial na democratização do acesso à internet, principalmente nas áreas remotas do país”, afirmou em nota.
De acordo com a Abrint, o avanço das PPPs nos grandes centros urbanos, com serviços de alta qualidade e preços competitivos, demonstra a importância dessas empresas para o desenvolvimento do setor de telecomunicações. “A concorrência é vital para o mercado e beneficia diretamente o consumidor, oferecendo mais opções e preços justos”, reforçou.
Durante sua participação no painel, Felix questionou o ponto ideal de concorrência para o setor e ainda pontuou que existem países “voltando atrás” em suas decisões sobre o assunto. Em seguida afirmou que “dependendo do nível de concorrência você estraçalha o setor”.
Cabos em postes
Outro ponto de discordância levantado pela Abrint foi a questão dos cabos de telecomunicações nos postes. O executivo questionou a ocupação desordenada dos postes e questionou se as pessoas querem os postes “do jeito que vemos hoje, ou uma plataforma moderna e eficiente”. Além disso, Felix também afirmou que “aquela maçaroca de fios é um pouco do resultado da liberação total do setor”.
A associação preferiu responsabilizar as grandes operadoras e não seus associados. Para ela, são as grandes operadoras as responsáveis pela desordem causada por cabos obsoletos e abandonados. Defendeu que as prestadoras de pequeno porte (PPPs) operam com cabos ativos e realizam manutenções regularmente. “O maior fator de desorganização nos postes atualmente é causado pelas grandes operadoras”, enfatizou a Abrint, destacando que as PPPs mantêm um compromisso com a qualidade e organização da infraestrutura.
A entidade ressaltou ainda a importância das pequenas operadoras na restauração rápida da conectividade em áreas afetadas, como no caso recente no Rio Grande do Sul. “Provedores de pequeno porte foram essenciais na rápida restauração da conectividade em comunidades isoladas”, afirmou.
A associação defendeu a necessidade de uma regulação equilibrada que valorize tanto grandes operadoras quanto as pequenas, garantindo o desenvolvimento do setor.