Para ela, a proposta do conselheiro Carlos Baigorri viabiliza o conhecido “triângulo 5G”, usado pela UIT e assegura “o não patrocínio de investimentos já feitos em redes privadas pelas grandes operadoras, colocando todos os vencedores em pé de igualdade para expandir seus negócios a partir de um conjunto suficiente de 80 ou até 100 MHz”, disse.
No entendimento de Cristiane, ao mirar o release 16 do 3GPP, a Anatel coloca o Brasil na vanguarda do 5G em toda a América Latina, o que atrairá mais fornecedores ao país. Segundo ela, ainda há uma avaliação a fazer com a leitura dos votos dos conselheiros, mas acredita que a divisão dos lotes está adequada às solicitações das prestadoras de pequeno porte (PPPs), principalmente a obrigação de compartilhamento das faixas que não foram usados em dois anos após a liberação para as operadoras. “Isso é como a operacionalizar o mercado secundário e o uso eficiente de espectro”, avalia.
Sobre os lotes e os tamanhos das faixas, confirmou-se a otimização dos 400 MHz dos 3,5 GHz e agregou-se a tecnicidade adequada da proposta da área técnica com a inteligência estratégica em relação à forma de encaminhar os blocos via 80 MHz + 20 MHz em face da migração TVRO para a banda Ku e desocupação da Banda C.
Cristiane aponta que haverá oportunidades para toda a cadeia. No caso das PPPs, a necessidade de capilarização das redes e a necessidade de fibra óptica garantem a participação dessas empresas, mesmo não sendo detentora de uma parte do espectro.
A proposta do edital, do conselheiro Carlos Baigorri, foi debatida nesta segunda-feira, 1º, em reunião extraordinária do Conselho Diretor da Anatel. O presidente da agência, Leonardo de Morais, pediu vista da matéria para ajuste, porém a proposta já tem três dos cinco votos a favor. A justificativa é incluir no texto as orientações do governo ao leilão.