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Abranet propõe ampliar estrutura de governança da internet

A Associação Brasileira de Internet (Abranet) apresentou uma proposta para que a composição do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) passe a ter três instâncias, chamadas de camadas estruturantes, com a consequente ampliação da participação da sociedade civil no colegiado. Atualmente o CGI.br tem uma instância única, com 21 representantes, sendo nove do governo federal, onze da sociedade civil e um por notório saber.

A proposta foi levada à consulta pública sobre a modernização da estrutura de governança da internet brasileira, inicialmente aberta pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e posteriormente pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil CGI.BR, que se encerrou dia 19 de novembro. “Estamos buscando a participação mais ampla e qualificada da sociedade no Comitê, de modo a termos um modelo institucional compatível com o caráter plural da internet”, destaca Eduardo Parajo, presidente da Abranet.

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A iniciativa teve apoio de outras entidades do setor, como InternetSul, RedeteleSul e Abrint, e foi endossada pela Federação do Comércio de São Paulo e Rio Grande do Sul, pelo Conselho Federal de Contabilidade e pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil. Se mostrou também como um texto de consenso entre os participantes do CGI.

A proposta se baseia na manutenção dos princípios fundamentais do CGI.br: o multissetorialismo, com a participação significativa de todos os setores; a lógica, base do funcionamento da estrutura e na formulação de políticas e posicionamentos; a abertura das comunidades constituintes para todos os interessados; a transparência e accountability de todas as comunidades constituintes; e o consenso como regra de operação em todas as instâncias decisórias.

A atual composição do CGI.br é definida pelo decreto presidencial Nº 4.829, de 3 de setembro de 2003, que estabelece nove representantes do setor governamental, quatro do setor empresarial, quatro do terceiro setor, três da comunidade científica e tecnológica e um representante de notório saber em assuntos de internet. A proposta da Abranet mantém 21 assentos, mas sugere que seja discutida amplamente com a sociedade qual será o melhor formato durante o próximo ano. Sugere também que o CGI.br passe a contar com três instâncias: a Camada da Base, a Camada Intermediária e a Camada Superior.

Na Camada da Base, cada um dos setores envolvidos com a governança da internet no Brasil organiza sua própria composição, por meio de “membros associados”. Essas comunidades manterão canais permanentes para o diálogo entre seus membros associados e serão responsáveis por identificar assuntos de interesse setorial, pautar a atuação das respectivas instâncias superiores e esboçar (individual ou coletivamente) propostas de encaminhamento para a apreciação.

Suas propostas serão enviadas para a Camada Intermediária, formada pelos Conselhos Setoriais. A ideia é ter um Conselho para cada um dos quatro setores. Eles serão responsáveis por supervisionar e coordenar o trabalho das respectivas comunidades que representam, funcionando como instâncias deliberativas dos processos conduzidos na Camada da Base. No nível dos Conselhos Setoriais serão discutidas e aprovadas as posições dos setores em relação às políticas a serem estabelecidas pelo CGI.br.

As medidas propostas pelos Conselhos Setoriais, por sua vez, serão avaliadas pela Camada Superior. Composta pelo Conselho Diretor do CGI.br, essa instância supervisionará e coordenará o funcionamento de todo o arcabouço do Comitê e será responsável por adotar, referendar e validar as políticas e encaminhamentos definidos individual e/ou coletivamente pelas instâncias setoriais que compõem as duas camadas anteriores.

A proposta da Abranet prevê um processo de transição entre a estrutura atual e a que está propondo. Esse processo se iniciaria já em janeiro do ano que vem, duraria 12 meses e seria feito com a participação dos setores representados no CGI.br e também da sociedade em geral por meio de consulta pública. (Assessoria de imprensa)

Conheça a proposta da Abranet na íntegra: https://consulta.cgi.br/files/42.pdf.

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