A Abramulti reivindica a criação de uma força tarefa para investigar ataques, que considera coordenados, de DDoS aos provedores de internet nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Bahia. Para isso, iniciou conversas com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), NIC.br e Anatel. A ideia é criar um centro de inteligência para investigar os autores dos ataques.
Paralelamente, o presidente da associação, Robson Lima, já está em contato com delegacias de polícias desses estados e o CyberLabs, companhia de Inteligência Artificial e cibersegurança, e já espera respostas no prazo entre 30 e 60 dias. Segundo ele, além dos prejuízos com perdas de clientes, os ISPs estão sendo extorquidos pelos hackers.
A Abramulti não fala em culpados, mas há relatos de que os ataques teriam sido contratados por empresas do setor, em ato de concorrência predatória. “Algumas empresas já estão sendo monitoradas sigilosamente pelas polícias, visando a formação de provas”, diz Lima, que afirma não dispor de nomes de suspeitos.
CPI no Espírito Santos
Os ataques de DDoS (negação de serviço) aos ISPs no Espírito Santo ganhou uma proporção tão grande, que a Assembleia Legislativa do estado abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para identificação dos culpados. Segundo o dirigente da Abramulti no estado, Antoni Júnior, a situação está caótica desde o dia 6 de junho, com prejuízos para todos os setores que usam os serviços dos provedores locais. A situação é pior no Sul do estado, mas já atinge outras regiões, inclusive a capital Vitória.
A primeira reunião da CPI foi realizada nesta terça-feira, 9, com depoimentos dos donos dos ISPs atingidos pelos ataques. Antoni disse que essas empresas não têm recursos para contratar serviços de mitigação dos ataques, que variam de R$ 7 mil a R$ 100 mil. “Essas empresas estão perdendo até 100 clientes por mês, além de terem as reputações afetadas”, disse.
Os empreendedores afirmaram que os ataques de DDoS aos ISPs têm características de coordenação, porque está afetando todos os blocos de IPs de uma operadora. Além disso, acreditam que vêm de outros países, de acordo com as primeiras investigações da rota do tráfego.
De acordo com Antoni, o presidente da CPI, deputado Vandinho Leite (PSDB), solicitou que as empresas enviem à comissão todo material que comprove o direcionamento desses ataques para que sejam acionadas as autoridades competentes.
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