Ponto ISP

12,6 milhões de domicílios ainda não tinham internet em 2019

Em 2019, 12,6 milhões de domicílios brasileiros não tinham acesso à internet, embora o percentual de casas com o serviço tinha aumentado 3.6 pontos percentuais na comparação com o ano anterior, chegando a 82,7% dos lares. O principal equipamento usado para acessar a internet continuou sendo o celular, encontrado em 99,5% dos domicílios que acessavam a rede. O segundo foi o microcomputador (45,1%); seguido pela televisão (31,7%) e pelo tablet (12,0%). Houve redução de 3 p.p. no uso do microcomputador e de 1.4 p.p. no de tablet, mas alta de 8.4 p.p. no uso da televisão. 

Os dados são da Pnad Contínua do IBGE que, no 4º trimestre de 2019, pesquisou o acesso à Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), divulgada nesta quarta-feira, 14. De acordo com o levantamento, falta de interesse (32,9%) foi o principal motivo alegado para não ter internet em casa; enquanto outros 26,2% reclamaram do preço do serviço e 25,7% afirmaram não saber usar o serviço. Em outros 6,8% das residências os moradores disseram que não havia disponibilidade de rede na área do domicílio e 5% alegaram o alto custo do equipamento eletrônico para conexão. 

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Em área urbana, o percentual de domicílios sem utilização da internet que alegaram esses três motivos chegou a 91,9%. Nas áreas rurais, 19,2% dos domicílios não utilizavam internet porque não dispunham do serviço na localidade, contra apenas 0,6% em área urbana. 

Celular 

O uso da conexão por banda larga móvel passou de 80,2% em 2018 para 81,2% em 2019; já o da banda larga fixa cresceu de 75,9% para 77,9%. Apenas na região Nordeste o uso da banda larga móvel (63,8%) foi menor que o da fixa (80,4%). Entre 2018 e 2019, cresceu a proporção de domicílios com os dois tipos de banda larga (de 56,3% para 59,2%) e caiu de 23,3% para 21,4% o percentual dos que só usam conexão móvel, assim como o dos que usam só a banda larga fixa (de 19,0% para 18,1%). 

O crescimento mais acelerado da utilização da internet nos domicílios rurais – de 49,2% em 2018 para 55,6%, em 2019 – ajudou a reduzir a diferença em relação à área urbana, onde a utilização da internet subiu de 83,8% para 86,7%. Este crescimento ocorreu em todas as grandes regiões, sobretudo na região Nordeste, que, apesar do aumento de 5.2 pontos percentuais no período, se manteve como a região com menor percentual de domicílios com acesso à internet (74,3%). 

Segundo o IBGE, o rendimento médio per capita dos domicílios com utilização da internet (R$ 1.527) era o dobro da renda dos que não utilizavam a rede (R$ 728). O rendimento médio per capita dos que utilizavam tablet para navegar na internet (R$ 3.223) era mais que o dobro do recebido por aqueles que acessavam a rede pelo celular (R$ 1.526). 

Em 2019, entre as 183,3 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade no país, 143,5 milhões (78,3%) utilizaram a internet nos últimos três meses. Jovens adultos entre 20 e 29 anos foram os que mais acessaram. O uso é maior entre estudantes (88,1%) do que entre não estudantes (75,8%). Os estudantes da rede privada (98,4%) usam mais do que os da rede pública (83,7%). 

Em 2019, 81,8% dos estudantes da rede privada acessavam a internet pelo computador, contra 43,0% da rede pública. O uso da televisão para acesso à internet ocorria para 51,1% dos estudantes da rede privada, o dobro do apresentado entre estudantes da rede pública (26,8%). No uso do tablet, a diferença chega a quase três vezes.  

O celular foi o principal equipamento utilizado para acessar a internet pelos estudantes nas redes pública (96,8%) e privada (98,5%). O percentual dos que fizeram chamadas de voz ou vídeo via internet subiu de 88,1% para 91,2%. O acesso para assistir a vídeos, filmes e séries cresceu de 86,1% para 88,4%. 

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